“Estórias do 20 na História do 21” abalam noites universitárias
Embalado para mais estórias, o público manteve-se fiel e no dia 17 acorreu ao Estaleiro Cultural Velha a Branca , desta vez para desfrutar de uma das mais famosas comédias de Chaplin: “O Grande Ditador”.
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Convidado pelo Com’um cine, Rui Chaby – co-autor enquanto Harry Madox do blogue duelo ao sol - fez uma apresentação da obra cinematográfica do realizador britânico.
Apesar dos primeiros filmes sonoros terem invadido as salas de cinema nos anos 30, Chaplin manteve-se fiel ao mimo e apostou novamente na melodia da imagem ao realizar, em 1936, “Tempos Modernos”. No entanto, o divórcio com o cinema mudo deu-se com uma sátira tecida ao fascismo: “O Grande Ditador”. Este filme foi realizado em 1940 – em plena II Guerra Mundial - e conta com a interpretação de Chaplin nos papeis do ditador Hynkel - um alter-ego de Hitler - e de um barbeiro sósia. Segundo Chaby, a forma como o realizador criticou os acontecimentos da época foi uma arma utilizada contra a guerra. Longe de adivinhar a dimensão do genocídio e das atrocidades cometidas aos judeus, Chaplin, segundo o orador, “dificilmente iria realizar o filme com a mesma carga cómica no pós-guerra”. Muitas são as películas baseadas na II Guerra Mundial, mas – à excepção de “La Vitta è Bella” de Roberto Benigni – poucas retratam esse período histórico através da sátira. Além disso, os protagonistas da estória foram personagens com as quais o público contracenou dia-a-dia e que vieram a marcar a história do século XX, facto que reforça o impacto que o filme teve na altura e a coragem da sua realização.
Apesar dos primeiros filmes sonoros terem invadido as salas de cinema nos anos 30, Chaplin manteve-se fiel ao mimo e apostou novamente na melodia da imagem ao realizar, em 1936, “Tempos Modernos”. No entanto, o divórcio com o cinema mudo deu-se com uma sátira tecida ao fascismo: “O Grande Ditador”. Este filme foi realizado em 1940 – em plena II Guerra Mundial - e conta com a interpretação de Chaplin nos papeis do ditador Hynkel - um alter-ego de Hitler - e de um barbeiro sósia. Segundo Chaby, a forma como o realizador criticou os acontecimentos da época foi uma arma utilizada contra a guerra. Longe de adivinhar a dimensão do genocídio e das atrocidades cometidas aos judeus, Chaplin, segundo o orador, “dificilmente iria realizar o filme com a mesma carga cómica no pós-guerra”. Muitas são as películas baseadas na II Guerra Mundial, mas – à excepção de “La Vitta è Bella” de Roberto Benigni – poucas retratam esse período histórico através da sátira. Além disso, os protagonistas da estória foram personagens com as quais o público contracenou dia-a-dia e que vieram a marcar a história do século XX, facto que reforça o impacto que o filme teve na altura e a coragem da sua realização.
Ainda com resquícios do humor e da técnica do cinema mudo, o actor brinda o público com uma crítica mordaz ao período nazi. Em pleno cenário de guerra, o mimo da bengala e chapéu transforma-se num combatente que acaba por salvar o inimigo. De regresso a casa, Charlot volta à sua barbearia onde é vítima de perseguições anti-semitas e de uma paixão vizinha que o mantém em combate. Do outro lado da trincheira, Hynkel urra discursos para as massas, trepa pela ambição, enrola-se na luxúria, enrosca-se entre a cobardia e baila com um globo que sonha domar. O pesadelo ameaça torna-se realidade, mas o barbeiro e o ditador acabam por trocar de papéis e no fim é o realizador que rompe a tela e protagoniza o duelo final com os espectadores.
Embalado entre cadeiras e mantas, o público recupera o abalo da história.
Próxima tela: “Appocalipse Now Redux”.
Pintor: Francis Ford Capolla
Inauguração: 1 de Dezembro às 22 horas.
Galeria: Escadaria do Estaleiro Cultural Velha a Branca
Galeria: Escadaria do Estaleiro Cultural Velha a Branca
Museu: COM'UM CINE
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